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Como perpetuar a corrupção em oito passos

Com corruptos mais livres do que nunca e juízes e procuradores como réus, quem ousará investigar e punir corrupção neste país?


Imagine que você fosse um político corrupto e alguém o pegasse com a boca na botija. Imagine também que você soubesse que seus colegas de partido e seus adversários políticos fossem tão corruptos quanto você. O que você faria para se safar?


Talvez, uma boa estratégia envolvesse os seguintes passos:

1. Convença seus apoiadores de que denúncias de propinas de empreiteiras ou rachadinhas, se forem contra você, são perseguição política, não questões de Justiça e combate à corrupção;

2. Argumente que qualquer um que o investigar e julgar só pode o estar perseguindo;

3. Fomente ao máximo a polarização política e a demonização de seus adversários. Eles, obviamente, só podem estar contra você por causa das suas infindáveis virtudes ao defender seus apoiadores (que sem sua liderança iluminada seriam massacrados por estas forças do mal). Assim, não importam as evidências, seus aguerridos apoiadores estarão sempre a seu lado;

4. Denuncie e reverbere a corrupção de seus adversários políticos. Esta, talvez, seja a parte mais fácil. Eles estão tão enlameados quanto você. Encurralados, eles adotarão a mesma estratégia que você. Resultado? Mais polarização e um objetivo comum: impedir que investigações, julgamentos e punições avancem. Mais cedo ou mais tarde, novos ministros para as cortes superiores e lideranças para o Ministério Público terão de ser indicados;

5. Aí, é só esperar a máquina a funcionar a seu favor. Com a classe política unida em uníssono contra o combate à corrupção, é só questão de tempo. Você retornará redimido e, como a Fênix, com a plumagem mais exuberante do que nunca;

6. Em algum ponto as investigações perderão sua independência política;

7. Em outro, a Suprema Corte - toda indicada por políticos - vai querer eliminar "excessos" (das investigações, é claro; não da corrupção). Daí a anular eventuais condenações será só um pulinho;

8. Gran finale: inverta os papéis. Transforme em bandido quem o investigou e julgou. Com apoio maciço de políticos da esquerda à direita, isso não será difícil. Com você e outros corruptos mais livres do que nunca e juízes e procuradores como réus, quem ousará investigar e punir corrupção neste país?
 

Artigo de Ricardo Amorim, economista formado pela USP e pós-graduado em Administração e Finanças Internacionais pela ESSEC de Paris. Atua no mercado financeiro desde 1992 e foi eleito pela Revista Forbes um dos 100 brasileiros mais influentes e economista mais influente do Brasil. 
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